quinta-feira, 30 de junho de 2011

Vai encarar, Rapaz?

@JoaoFernandes30

O Cruzeiro venceu a primeira no Campeonato Brasileiro, mas hoje esta coluna é para falar de um dos treinadores mais folcloricos que já passou pelos gramados do Brasil. Trata - se Iustrich um treinador durão, mas tão durão que perto dele Luis Felipe Scolari parecia um padre.
Prepotente, ditatorial, truculento, intolerante. Essas palavras fazem você se lembrar de algum dirigente?
Perto de Iustrich qualquer treinador o dirigente parecia ficaria parecendo um anjinho de procissão.
O apelido de Iustrich era Homão, não só pelo seu tamanho - 1,90 m de altura por 1metro de largura - mas também pelo fato de que, por sua cartilha, qualquer problema só podia ser resolvido de três formas: 1) No berro; 2) No braço; 3) No berro e no braço.
Foi treinador entre 1946 e 1974. Iustrich começou a carreira como treinador no extinto Siderúrgica de Minas Gerais.
Em 1966, Portugal havia terminado a Copa do Mundo em terceiro Lugar. O técnido da seleção Portuguesa era um brasileiro, Oto Glória, que dirigia o Benfica. Seu sucesso abriria as portas do mercado português para nossos técnicos, e Iustrich ganhou uma Chance de Ouro: dirigir o FC do Porto. E, com seu sistema bumba-meu-boi, Iustrich se sagraria campeão portugues. Mas devido a sua truculência teve que ir embora pois havia dado uns tapas em um jogador que era simplesmente sargento do exercito português.
Voltou ao Brasil com fama que colocaria qualquer time nos eixos.
Foi o treinador que Revelou Dadá Maravilha dando lhe auto- confiança, fato até é reconhecido pelo proprio Dadá.
Iustrich não tinha preparador fisico, pois achavam que eles eram frouxos e pegavam leve com os jogadores.
Iniciava os treinos as 7da manhã.
Impedia os jogadores de usar roupas que não fossem, azul, cinza ou bege.
Proibiu o goleiro Ubirajara de participar do concurso "O negro mais bonito do Brasil", no programa do Chacrinha, porque para ele "Homem bonito era palhaçada".
Em uma entrevista revelou que prendia sua filha em casa para evitar que começasse a namorar, pois dizia que ela só se casaria depois que ele estivesse morto.
Depois do Flamengo, treinou o Corinthians e o Coritiba. Em 1977, estava novamente no futebol mineiro, desta feita no Cruzeiro, onde, já de início, tomou uma medida que desagradou aos jogadores: proibiu o jogo de sinuca na concentração. Mas naquele ano o Cruzeiro sagrou-se campeão mineiro.

Do Cruzeiro, Yustrich foi dispensado por conta de uma discussão em torno de um fato banal. Após um jogo em Araxá, um jogador deu a camisa para um garoto que invadira o gramado. Yustrich mandou o roupeiro buscar a peça. O presidente do clube não permitiu. Armou-se o bate-boca e o treinador foi demitido ali mesmo à vista de todos.

Este incidente teria sido apenas o pretexto para dispensar um treinador já desgastado. Yustrich tentara tirar o zagueiro Brito, campeão mundial em 1970, da equipe titular, por ter o hábito de fumar. Não conseguiu, porém, vencer a oposição dos outros jogadores e da diretoria. Daí, como forma de mostrar seu descontentamento, substituía Brito durante as partidas sempre que tinha oportunidade. O craque se irritou a tal ponto que, ao ser substituído pela enésima vez, jogou a camiseta suada no rosto do treinador diante do público.

Yustrich encerrou no Cruzeiro sua carreira de treinador. Retirou-se para o mais completo anonimato e só foi notícia novamente com sua morte, em 1990.

Fontes: revista Placar Março de 2001 e Wikipédia

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